Impacto da mudança do estilo de vida (MEV) e do trabalho multidisciplinar no tratamento da hipercolesterolemia: relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.61661/congresso.cbmev.7.2024.129Palavras-chave:
hipercolesterolemia, medicina do estilo de vida, MEV, multidisciplinarResumo
Introdução: A hipercolesterolemia é um importante fator de risco para doenças cardíacas coronarianas (DCC). A MEV exerce impacto significativo no tratamento desses pacientes. Objetivos: Destacar a importância da MEV na hipercolesterolemia em pacientes sem critérios para terapia farmacológica. Metodologia: Este trabalho é um relato de caso de uma paciente acompanhada ambulatorialmente durante dois anos. Resultados: Paciente S.A, 59, Campinas, SP, avaliada pelo cardiologista, em fevereiro de 2022, devido a palpitações. Faz uso de alprazolam e paroxetina. É sedentária, nega alcoolismo e tabagismo. À anamnese, relata estresse devido à carga de trabalho. Solicitados holter e mapa cujo resultado mostrou apenas 2 taquicardias supraventriculares com 3 e 4 batimentos. Teste ergométrico sem alterações. Nos exames laboratoriais, destacam-se: colesterol total (CT) 266, HDL 60, LDL 146 (limítrofe), triglicérides (TG) 101 mg/dL. Em razão do perfil lipídico, sedentarismo e alto estresse, foi adotado um trabalho multidisciplinar através da MEV. Os objetivos eram elevar o ganho de capacidade funcional, por meio do aumento de massa magra e redução de gordura. Com o auxílio de um educador físico, a paciente iniciou musculação, 120 minutos por semana e aderiu ao “Desafio dos 10.000 passos por dia”. Realizou-se acompanhamento nutricional a cada 45 dias. Em julho de 2022, apresentou redução de 1,7kg e desmame do alprazolam. Em maio de 2024, retorna, com excelente adesão aos pilares da MEV e significativa melhora do perfil lipídico: CT 196, HDL 71, LDL 108 e TG 83. A única alteração laboratorial encontrada era a dislipidemia. Optou-se pela intervenção sem estatina. Esta decisão foi embasada no Escore de Framingham, o risco de evento de DCC em 10 anos foi de 6,4%, e no Prevent foi de 3,8%. Observou-se redução de 26,03% no LDL e de 26,32% no CT. A abordagem MEV demonstrou potência semelhante à que seria encontrada com o uso de boa parte das estatinas. Conclusão: Demonstra-se a importância da MEV na qualidade de vida e promoção de saúde, sem o uso de prescrições desnecessárias em pacientes sem comprovada indicação.
Referências
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