Os efeitos das miocinas e exercinas na saúde

Resumo

Introdução: Entre os pilares da Medicina do Estilo de Vida (MEV), a literatura destaca os benefícios da atividade física no manejo das doenças crônicas não-transmissíveis (DCNTs) e para a saúde em geral. Esses benefícios resultam da ação de moléculas sinalizadoras, com efeitos em diversos sistemas do organismo, denominadas “miocinas”, liberadas diretamente pelos músculos esqueléticos, agora reconhecidos como órgão endócrino, e “exercinas”, geradas em diferentes partes do corpo em resposta ao exercício físico. Objetivo: Explorar as relações entre miocinas/exercinas e DCNTs, com foco em seus mecanismos. Metodologia: Realizou-se uma revisão de literatura do tipo “overview” com os descritores “myokines”, “exerkines”, “exercise”, “physical activity” e “health” na base de dados PubMed, incluindo meta-análises, revisões sistemáticas e revisões de literatura publicadas entre 2019 e 2024. Após aplicar critérios de inclusão e exclusão, 61 artigos foram selecionados. Resultados: Verificou-se que as miocinas e exercinas impactam diretamente no metabolismo, inflamação, obesidade, diabetes tipo II, doenças cardiovasculares, fisiologia cerebral, doenças neurodegenerativas e neoplasias. Essas moléculas influenciam o metabolismo e o crescimento muscular, possuem efeitos imunorreguladores e atuam na resposta inflamatória sistêmica, neurotransmissão, neuroplasticidade e citotoxicidade. Além disso, seus efeitos ajudam a explicar como a ausência de sua produção e liberação, causada pela inatividade física e estilo de vida sedentário, associa-se à resistência à insulina, mau controle glicêmico e condições metabólicas, como síndrome metabólica, doença de Alzheimer, obesidade e doenças cardiovasculares. Conclusão:Intervenções de estilo de vida,especialmente exercícios físicos, são essenciais na prevenção das DCNTs, por meio de miocinas e exercinas. Essas moléculas regulam o metabolismo e a inflamação, contribuindo para o controle de doenças como obesidade e diabetes tipo II. A atividade física deve ser incentivada como estratégia eficaz de prevenção, com novas direções para pesquisas e aplicações clínicas.