O ciclo do cuidado: a relação como fator de proteção

Autores

  • Caroline Magalhães Ribeiro Médica, Pós-Graduanda, Hospital Israelita Albert Einstein, HIAE, São Paulo, SP, Brasil
  • Manoella Preuss da Silva Psicóloga, Mestranda, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, UFCSPA, Porto Alegre, RS, Brasil https://orcid.org/0000-0003-2059-4179

DOI:

https://doi.org/10.61661/congresso.cbmev.7.2024.151

Palavras-chave:

BURNOUT, MEV, autocuidado, Psicologia

Resumo

O fenômeno do burnout na área da saúde, e especialmente na medicina, é amplamente investigado a partir de diferentes referenciais teóricos em psicologia e psiquiatria. O presente
resumo propõe-se tratar a temática do autocuidado dos profissionais da saúde a partir da Medicina do Estilo de Vida (MEV) e da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) do psicólogo Carl Rogers. O método utilizado foi uma reflexão sobre o tema baseada em 02 artigos
publicados: um artigo clássico de Rogers (1957) e um artigo de referência sobre burnout na medicina (2019). Partiu-se da concepção de um “ciclo do cuidado” no qual o autocuidado confunde-se com o cuidado para com outro, nesse contexto, a relação terapêutica entre profissional da saúde e paciente é interpretada como fator de proteção e cura para ambos. O
bem-estar dos médicos é complexo e multifatorial, envolvendo fatores individuais e coletivos. Colocando em destaque o fator individual, pesquisas sugerem que médicos não são bons em atender as suas próprias necessidades de bem-estar. Mas como esperar de um
paciente aquilo que o profissional da saúde - não consegue fazer por si? A contribuição central da teoria rogeriana é sua compreensão da relação terapêutica; as atitudes do terapeuta não se tratam de protocolos de atendimento ou habilidades de comunicação, mas sim, de um comportamento genuíno inerente ao terapeuta - afinal, não é possível simulá-las, apenas comunicá-las a partir de uma postura autêntica e congruente. É na transparência do terapeuta que o cliente se espelha e pode conhecer a si mesmo (Rogers, 1957). Nesse sentido, traça-se
um paralelo entre a práxis do terapeuta e a práxis do trabalhador da saúde. Historicamente, a medicina vê o burnout, ou a simples busca por ajuda, como um sinal de fraqueza pessoal ou de ser inadequado para a profissão (Stehman et al, 2019), justamente em virtude da crença de que o médico seja totalmente responsável pelos resultados do tratamento em saúde. Ao reconhecer a humanidade do paciente, o médico reconhece a sua própria - é praticando o
autocuidado que o profissional transmite ao paciente a importância deste - reproduzindo o ciclo de cuidado.

Biografia do Autor

Caroline Magalhães Ribeiro, Médica, Pós-Graduanda, Hospital Israelita Albert Einstein, HIAE, São Paulo, SP, Brasil

Manoella Preuss da Silva, Psicóloga, Mestranda, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, UFCSPA, Porto Alegre, RS, Brasil

Referências

ROGERS, C. R. The necessary and sufficient conditions of therapeutic personality change.

Journal of Consulting Psychology, v. 21, n. 2, p. 95, 1957. DOI: https://doi.org/10.1037/h0045357

STEHMAN, C. R.; TESTO, Z.; et al. Burnout, Drop Out, Suicide: Physicians Loss in

Emergency Medicine Part I. Western Journal of Emergency Medicine, v. 20, n. 5, p. 840,

set. 2019.

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Publicado

2024-11-04

Como Citar

1.
Ribeiro CM, Silva MP da. O ciclo do cuidado: a relação como fator de proteção . Congresso Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida [Internet]. 4º de novembro de 2024 [citado 13º de dezembro de 2024];7. Disponível em: https://publicacoes.cbmev.org.br/cbmev/article/view/151

Edição

Seção

Autocuidado dos Profissionais da Saúde