O ciclo do cuidado: a relação como fator de proteção
DOI:
https://doi.org/10.61661/congresso.cbmev.7.2024.151Palavras-chave:
BURNOUT, MEV, autocuidado, PsicologiaResumo
O fenômeno do burnout na área da saúde, e especialmente na medicina, é amplamente investigado a partir de diferentes referenciais teóricos em psicologia e psiquiatria. O presente
resumo propõe-se tratar a temática do autocuidado dos profissionais da saúde a partir da Medicina do Estilo de Vida (MEV) e da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) do psicólogo Carl Rogers. O método utilizado foi uma reflexão sobre o tema baseada em 02 artigos
publicados: um artigo clássico de Rogers (1957) e um artigo de referência sobre burnout na medicina (2019). Partiu-se da concepção de um “ciclo do cuidado” no qual o autocuidado confunde-se com o cuidado para com outro, nesse contexto, a relação terapêutica entre profissional da saúde e paciente é interpretada como fator de proteção e cura para ambos. O
bem-estar dos médicos é complexo e multifatorial, envolvendo fatores individuais e coletivos. Colocando em destaque o fator individual, pesquisas sugerem que médicos não são bons em atender as suas próprias necessidades de bem-estar. Mas como esperar de um
paciente aquilo que o profissional da saúde - não consegue fazer por si? A contribuição central da teoria rogeriana é sua compreensão da relação terapêutica; as atitudes do terapeuta não se tratam de protocolos de atendimento ou habilidades de comunicação, mas sim, de um comportamento genuíno inerente ao terapeuta - afinal, não é possível simulá-las, apenas comunicá-las a partir de uma postura autêntica e congruente. É na transparência do terapeuta que o cliente se espelha e pode conhecer a si mesmo (Rogers, 1957). Nesse sentido, traça-se
um paralelo entre a práxis do terapeuta e a práxis do trabalhador da saúde. Historicamente, a medicina vê o burnout, ou a simples busca por ajuda, como um sinal de fraqueza pessoal ou de ser inadequado para a profissão (Stehman et al, 2019), justamente em virtude da crença de que o médico seja totalmente responsável pelos resultados do tratamento em saúde. Ao reconhecer a humanidade do paciente, o médico reconhece a sua própria - é praticando o
autocuidado que o profissional transmite ao paciente a importância deste - reproduzindo o ciclo de cuidado.
Referências
ROGERS, C. R. The necessary and sufficient conditions of therapeutic personality change.
Journal of Consulting Psychology, v. 21, n. 2, p. 95, 1957. DOI: https://doi.org/10.1037/h0045357
STEHMAN, C. R.; TESTO, Z.; et al. Burnout, Drop Out, Suicide: Physicians Loss in
Emergency Medicine Part I. Western Journal of Emergency Medicine, v. 20, n. 5, p. 840,
set. 2019.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Caroline Magalhães Ribeiro, Manoella Preuss da Silva
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
O Congresso Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida permite que o (s) autor (es) mantenha(m) seus direitos autorais sem restrições. As publicações são licenciadas pela Creative Commons Attribution 4.0 International License - CC-BY