Há respaldo para intervenções dietéticas nos transtornos psiquiátricos?

Resumo

Introdução: Funcionamento e composição do sistema nervoso central são dependentes da presença de macro e micronutrientes. Nesse sentindo, estudos demonstram que intervenções dietéticas apresentam resultados positivos em sintomas psiquiátricos. Tal fato, está relacionado à influência dos nutrientes nas funções cognitivas e no funcionamento cerebral. Objetivo: Descrever o impacto de intervenções dietéticas nos transtornos psiquiátricos. Métodos: revisão de literatura foi realizada com as palavras chaves “Macronutrients”, “Micronutrients”, “Mental health” e “Psychiatric Disorders” na base dados Pubmed e Science Direct. Foram utilizados artigos dos últimos 10 anos, nos idiomas inglês e português. Resultados: Na análise evidencia-se diversos mecanismos fisiopatológicos que sofrem influência de vitaminas e minerais no que tange o campo da saúde mental, como vitaminas do complexo B, vitamina D, ácidos graxos, zinco, magnésio, selênio e cálcio. Diversos estudos apresentam resultados positivos em indivíduos com sintomas de transtornos psicológicos, como depressão, TDAH e esquizofrenia, que realizaram a suplementação desses nutrientes, sendo que a suplementação em adultos saudáveis também apresenta benefícios sutis para sintomas de humor e ansiedade. Além disso, foram observados benefícios adicionais quanto ao uso de doses mais altas, acima da Ingestão Dietética Recomendada (Recommended Dietary Allowance - RDA). Conclusão: Os resultados demonstram que a prescrição baseada em nutrientes tem potencial auxiliador no manejo de transtornos psiquiátricos em nível individual e populacional, inclusive através de suplementações com dosagens acima da Ingestão Dietética Recomendada (RDA).