Análise dos efeitos de um programa multidisciplinar de mudança de estilo de vida aprimorada por tecnologia na perda de peso entre indivíduos com sobrepeso e obesidade, com e sem o uso de semaglutida
DOI:
https://doi.org/10.61661/congresso.cbmev.6.2023.26Palavras-chave:
Sobrepeso, Obesidade, Mudança comportamental, Telemedicina, Balança de bioimpedância, Acompanhamento multidisciplinar, SemaglutidaResumo
Introdução: Este estudo observacional avaliou retrospectivamente dados do mundo real de adultos com sobrepeso e pelo menos uma comorbidade ou obesidade que aderiram a um programa de mudança do estilo de vida (orientações alimentares e estímulo à atividade física) via telemedicina sob a supervisão de uma equipe multidisciplinar, associado ao uso de uma balança de bioimpedância individual conectada a um aplicativo de telefone móvel, com (n=30) e sem tratamento com semaglutida (n=90) (a droga foi oferecida para todos os clientes que preenchiam critérios, mas a adesão foi auto-selecionada). Objetivos e Método: comparar a diferença das médias de perda de peso entre indivíduos com sobrepeso ou obesidade, e que usaram ou não a semaglutida, com base em dados anônimos de participantes de um programa de mudança de estilo de vida. Resultados: O tratamento com semaglutida variou entre os pacientes, consistindo em injeções semanais que duraram em média (DP) 5,3 semanas (3,6), variando de 0,25mg até uma média máxima (DP) de 0,75mg (0,4). Comparando os grupos com e sem semaglutida, 50% vs 58,9% eram mulheres; idade média (DP) 35,3 (6,5) vs 37,4 (11,9) anos; peso médio (DP) no início 96,4kg (18,8) vs 87,4kg (15,6); 11 (36,7%) vs 63 pacientes (70%) com sobrepeso, respectivamente. Como a proporção do IMC foi significativamente diferente entre os grupos, a análise do desfecho clínico foi segmentada. Os dados dos resultados foram extraídos da balança de bioimpedância de cada paciente, com intervalo mínimo de 150 dias entre a primeira e a última pesagem. O desfecho primário foi a perda percentual de peso. Foram realizados testes estatísticos com nível de significância de 0,01. A perda de peso média (DP) para pacientes com semaglutida foi de 6,3 kg (7,2), equivalente a uma redução de 6% (7%), e 4,7kg (4,8), equivalente a uma redução de 5% (5%) para aqueles que não usaram. Entre os indivíduos com obesidade, a perda média de peso foi de 6,6% sem semaglutida e de 8,2% com ela (p = 0,288), enquanto entre os com sobrepeso foi de 4,4% e 2,8% (p = 0,286), respectivamente. Ambos os grupos com e sem semaglutida tiveram perda de peso significativa, mas não houve diferenças significativas entre eles em termos de peso inicial e final, peso total perdido e tempo para perder 5% e 10% do peso. Conclusão: Os resultados sugerem que pequenas doses de semaglutida, tratamento atualmente em alta para perda de peso no Brasil, não potencializam os efeitos desse programa multidisciplinar via telemedicina em associação com a balança de bioimpedância individual conectada com um aplicativo de telefone móvel.
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