A influência do mindfulness no sistema imunológico: uma revisão narrativa

Resumo

O mindfulness visa a aceitação de forma consciente e sem julgamentos do momento presente. Estudos sugerem benefícios, como impactos no sistema imunológico. Foram levantados 56 artigos dos últimos 5 anos no PubMed e cerca de 17 mil no Google Scholar usando os descritores “mindfulness” e “immune system”, em inglês e português. Sendo selecionados ensaios clínicos, revisões literárias, estudos longitudinais, exploratórios e pilotos, resultando em 11 artigos. Excluiu-se os que não se alinhavam ao tema e que não fossem de acesso livre. Sete estudos sugerem efeitos positivos no sistema imunológico. Um deles demonstrou diminuição na interleucina (IL) 6 e IL-8 e alta circulação de glutationa e cisteína com o Mindfulness-Based Health Program for Educators. Outros, com a Meditação Mindfulness, revelaram alteração em locais de metilação de genes ligados à imunidade e diminuição na expressão gênica da resposta transcricional conservada à adversidade relacionada à inflamação, fortalecendo o sistema imune. Em outro, houve restabelecimento de células natural killer (NK) e citocinas e diminuição de cortisol em indivíduos com câncer sujeitos ao Mindfulness-Based Stress Reduction. Quatro deles não encontraram associações positivas a níveis de monócitos, IL-6, IL-8, IL-10, fator de necrose tumoral alfa, interferon gama, proteína C reativa, atividade fagocítica, cortisol sérico, células T, B e NK, dímero D e carga viral do Vírus da Imunodeficiência Humana. Estudos com intervenções de 6 a 8 semanas obtiveram resultados inconsistentes. Conclui-se que a padronização de parâmetros para avaliar a resposta imunológica é crucial para resultados mais concludentes. Os fatores como a heterogeneidade de amostra, dos protocolos de intervenção e da assiduidade às práticas contribuem para a evidência fraca do benefício do mindfulness no sistema imune. Logo, são necessários estudos com desenhos mais homogêneos para aumentar a evidência científica no tema.